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terça-feira, 18 de outubro de 2011

PORQUE CORREMOS.

Boa noite a todos.

Hoje, perdi algum tempo do meu almoço tentando explicar a alguns amigos, qual o prazer besta que me leva a correr de kart.  Acho que no momento não me expliquei direito. Tentarei agora, falar sobre a coisa mais importante, das menos importantes. O que ela significa para mim.

Porque Corremos?

Sabemos quais são os riscos e por várias vezes falamos que não passa de uma brincadeira, mas sabemos que pode machucar.

Acidentes, ferimentos, mortes, não podem passar em vão. Temos que tirar algum ensinamento disto, já que estamos sentados em nossos "bólidos" prontos para duelos infindáveis. Em busca de emoção. Verdadeiros caçadores de emoções.  Praticando o esporte que escolhemos para gostar de fazer e admirar, e fazê-lo com paixão.

A nossa realidade é bem diferente. Não chegamos ao nível de excelência dos pilotos profissionais. Não somos super-heróis(eles também não), mas o problema esta dentro de nós. Temos dupla personalidade. Sem os capacetes,  somos ponderados, gentis, brincalhões, cautelosos e até conselheiros. A partir do momento em que colocamos nossas reluzentes armaduras, baixamos a viseira, pronto, ligamos o modo Auto Destruction. Esquecemos tudo aquilo que a poucos instantes falávamos em termos de segurança e outros cuidados. Queremos vencer, ultrapassar limites, andar mais rápido, sempre a caçar o próximo a ser ultrapassado. Abrimos mão desta forma dos maus pensamentos e só nos concentramos no que estamos fazendo no momento. Pelo menos me vejo nesta situação.

Precisamos desligar o nosso alarme interno, pois em condições  normais de temperatura e pressão(CNTP), não iremos pilotar bem, Neste momento,  surgem os riscos. Momento crítico, onde um erro pode causar sérios danos. 

No nosso pequeno mundo, talvez, eu disse talvez, não tenhamos a tristeza de perder um amigo em um acidente, porém este mesmo acidente poderá machucar, aí não saberemos a extensão da dor. Não quero vivenciar isto e acredito que pelo fato de usarmos capacetes, luvas, coletes e tudo mais necessário para nossa segurança, estaremos sempre acima de qualquer mal

No momento, não penso em parar, já pensei. Já senti medo de me machucar. Me senti angustiado e quase larguei. Olha que isto não faz muito tempo. Vi no brilho dos olhos do meu filho, uma chance de continuar e me dediquei a ensiná-lo e vejo hoje o menino crescer num ambiente gostoso, onde ele é querido, fazendo um esporte que tomou conta dele também. Falo que continuei por ele, mas a verdade, acho que foi por mim mesmo. Hoje não penso em parar tão cedo. Talvez no dia em que eu não sinta mais o prazer de colocar o capacete e me transformar em um gladiador moderno.

Meus pensamentos estão voltados sempre para a próxima prova.  Vestido de duble de piloto e desejando a vitória como um novato. O resto, bem o resto eu deixo para pensar depois da bandeira quadriculada.



Luiz Henrique Sobral.

Um comentário:

  1. Um belíssimo depoimento... show! Vejo-me em vários momentos destas linhas...

    Abraços...

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